[Resenha] O Silêncio das Montanhas, Khaled Hosseini


o silencio das montanhasSinopse: O romance traz como protagonistas os irmãos Pari e Abdullah, que moram em uma aldeia distante de Cabul, são órfãos de mãe e têm uma forte ligação desde pequenos. Assim como a fábula que abre o livro, as crianças são separadas, marcando o destino de vários personagens. Paralelamente à trama principal, Hosseini narra a história de diversas pessoas que, de alguma forma, se relacionam com os irmãos e sua família, sobre como cuidam uns dos outros e a forma como as escolhas que fazem ressoam através de gerações. Assim, como em O caçador de pipas, o autor explora as maneiras como os membros sacrificam-se uns pelos outros, e muitas vezes são surpreendidos pelas ações de pessoas próximas nos momentos mais importantes. É um globo altlivro sobre vidas partidas, inocências perdidas e sobre o amor em uma família que tenta se reencontrar.




Drama   |   352   páginas   |   Avaliação 3 / 5




   A motivação para ler O Silêncio das Montanhas (com certeza absoluta) foi o ENORME impacto que o livro A Cidade do Sol, do mesmo autor, causou em mim. O Caçador de Pipas também fez um sucesso estrondoso, mas nem se compara a A Cidade do Sol (não sei nem descrever o quanto esse livro é MARAVILHOSO e merece ser lido e relido).

   O Silêncio das Montanhas é o livro mais recente do autor lançado no Brasil. A carga emocional é tão forte quanto a de suas obras anteriores. Hosseini vai tratar de um assunto delicado: a separação. Pari e Abdullah são irmãos que moravam em uma aldeia próxima a Cabul. Pari era bem novinha quando foi vendida, não era capaz de compreender a crueldade e os sacrifícios dentro da sociedade a qual vivia. Foi um baque forte na vida de Abdullah, pois o irmão era muito apegado à caçula. É comum algo como tal ocorrer no oriente médio. À primeira vista, tudo o que conseguimos pensar é, no caso de Pari, por que isso? Mas não é difícil captar o que anda acontecendo por ali. 


o silencio das montanhas




"Posso resumir numa palavra: guerra. Ou melhor, guerras. Não uma, nem duas, mas muitas guerras, tanto grandes como pequenas, justas e injustas, guerras entre diversas castas de supostos heróis e vilões, e cada herói nos fazendo sentir mais saudade do antigo vilão" (p. 110).




   O livro tem a capacidade de nos mostrar o impacto que essa separação cria. Não só pela visão de Abdullah, mas também a partir de outros personagens e grande significância na trama. Ele vai fazer jogadas entre o passado e o presente, além de nos levar ao Afeganistão, França Grécia e Estados Unidos.



 “... Não havia como esquecer. Pari insistia em pairar nos limites do campo visual de Abdullah onde quer que ele fosse. Era como o pó que se apegava à sua camisa. Estava nos silêncios que se tornaram tão frequentes na casa, silêncios que intumesciam entre as palavras trocadas, às vezes frios e vazios, às vezes prenhes de coisas que não eram ditas, como uma nuvem cheia de uma chuva que jamais caía...” (p. 52).




   Khaled Hosseini me deixou despedaçada com essa história. Enquanto eu lia, torcia por tanta coisa... Não sei nem como explicar o quanto o desfecho me tocou. Não só isso, mas me deixou sem chão. Você treme e descabela, mas não tem para onde ir. Só a opção de virar as páginas, seguindo em frente. Não só por ele ter falado, mas a gente realmente sente o quanto o autor se coloca em seus livros, dá o máximo de si a fim de transpassar a dor e a esperança que viveu em seu país de origem.


Até a próxima!

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