[Resenha] O Tamanho do Céu, Thrity Umrigar

o tamanho do ceuSinopse: Thrity Umrigar, autora com mais de 250 mil livros vendidos somente no Brasil entre eles o best-seller A Distância Entre Nós, apresenta em seu mais novo romance, uma história sobre, amizade, amor e ternura. Onde um casal recebe uma proposta inesperada de emprego do outro lado do mundo, na Índia, onde terão suas vidas transformadas para sempre.selo-nova-fronteira

Drama   |   384 páginas   |   Avaliação   5/5


   Fiquei perplexa com a escrita de Thrity de tão real que é a maneira que ela retrata as emoções dos personagens enquanto descreve uma cena e insere os diálogos. Tudo contribui com maestria à realidade. Todos os personagens convencem por sua essência humana muito bem articulada nos textos. São covardes, invejosos, preocupados, irados, deprimidos, mas também amam, têm compaixão. Quando comecei a ler, foi inevitável o desconforto perante uma cultura tão diferente. Porém, eu me sinto bastante curiosa quando se trata de conhecer esses costumes.




"Caso se tratasse de outra mulher competindo pelo afeto de Frank, saberia o que fazer, como competir. Mas era um menino de nove anos que roubara o coração de seu marido. E acontecera bem debaixo de seu nariz, estava acontecendo agora naquele momento, e ela não tinha como prevenir a lenta erosão de sua importância nessa lenta e nova dinâmica que havia brotado entre os três" (p. 164).



   Ben, o filho de Frank e Ellie, falecera bem novinho (não me recordo sua idade, mas era por volta dos 6 anos). Uma doença o atingiu com jeito, e nada do que foi feito fora suficiente para salvar a vida do garotinho.




"[...] ela precisou dele como nunca, e ele a abandonou para cuidar do próprio coração partido" (p. 193).



   A vida nos Estados Unidos se tornou horrível. Tudo na casa os fazia se lembrar de Ben. Como Frank era amigo de um dos nomes mais importantes da empresa, esse amigo o enviou para uma filial na Índia. Lá, eles conhecem um casal indiano que cuida da casa: Edna e Prakash, e seu filho pequeno Ramesh. Moravam no quintal. Eram muito pobres, não tinham instrução. E é agora, a partir desse ponto, que a coisa esquenta!


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   É MUITO interessante o fato de que a autora conta sobre o passado de Frank e Ellie, e também Prakash e Edna. O modo de como cada um se conheceu, até então se casarem. Ou seja, o foco se descentraliza do casal americano, o que facilita o leitor a compreender muita das reações de Prakash e Edna. Brigavam muito, aparentavam ser infelizes, mas havia certo carinho, no fundo. Tudo por conta da pobreza que passavam.


   Já Frank e Ellie estavam despedaçados por conta da perda. Mas o homem acabou suprindo um pouco dessa dor ao fazer amizade com o filho do casal indiano - Ramesh. Daí que a trama começa. Gera ciúmes em seu empregado. Prakash se sente tão diminuto, que começa a pensar nele mesmo, e quer de qualquer maneira mostrar para o americano que Ramesh é seu filho, mesmo se tiver que ser nojento e detestável. E Frank, quando não está lutando pela atenção do garoto, está se culpando inconscientemente pela morte de seu filho.


   Calminha aí se você já for defender o pai de Ramesh. Nenhum dos dois aqui está mais certo que o outro, pois eles tomam decisões erradas o tempo todo. Principalmente Frank. Essa situação o deixou cego. Ok, foi errado ele querer tomar Ramesh pra ele com a justificativade que ele teria um futuro melhor nos EUA (quer levá-lo para os Estados Unidos), Mas Prakash se mostrou um porco inúmeras vezes com o filho e a esposa. 




"Prakash olhou para Frank. Era um olhar que deixava claro que Prakash sabia o que Frank vira... que mesmo na derrota, ele triunfou. Porque Ramesh pertencia a ele. Porque os laços de sangue não podiam ser cortados tão facilmente quanto os fios de um computador" (p. 309).



   Eu não sei como descrever a proporção desse livro! É dramático? É! Mas é tão envolvente! Faz-nos lembrar de valorizar a nossa família e a respeitar as diferenças. É um livro que o fará pensar e encaixar as coisas. O desfecho é pra lá de surpreendente! Além de ter uma escrita maravilhosa (te prende) que, SEM BRINCADEIRA, eu cheguei a sentir um pouco da dor de Ellie em uma cena específica. O livro também é surpreendente no seu desenrolar e desfecho.


   É isso, pessoal! Indico esse livro. É difícil um livro me convencer pelo critério escrita, porque eu sou chata hahah E essa Thrity é maravilhosa quando o quesito é esse. Sem mais!! Espero que leiam um dia! Apesar do livro ser de 2009, ele vale MUITO a pena! Não leiam só lançamentos, por favor, galera haha


Até a próxima! 

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