[Resenha] Objetos Cortantes, Sabe O Que Eles Cortam? Gillian Flynn
Recém-saída de um hospital psiquiátrico, onde foi internada para tratar a tendência à automutilação que deixou seu corpo todo marcado, a repórter de um jornal sem prestígio em Chicago, Camille Preaker, tem um novo desafio pela frente. Frank Curry, o editor-chefe da publicação, pede que ela retorne à cidade onde nasceu para cobrir o caso de uma menina assassinada e outra misteriosamente desaparecida. Desde que deixou a pequena Wind Gap, no Missouri, oito anos antes, Camille quase não falou com a mãe neurótica, o padrasto e a meia-irmã, praticamente uma
desconhecida. Entrevistando velhos conhecidos e recém-chegados a fim de aprofundar as investigações e elaborar sua matéria, a jornalista relembra a infância e a adolescência conturbadas e aos poucos desvenda os segredos de sua família, quase tão macabros quanto as cicatrizes sob suas roupas.
Thriller | 256 páginas | Avaliação 2/5
Camille Preaker é a narradora em Objetos Cortantes. Trabalha em um Jornal em Chicago que não está indo muito bem nos negócios. Seu chefe, ao tomar consciência de que uma história sobre sequestro e assassinato de criança poderia proporcionar mais fama e alavancar as vendas, imediatamente direciona a mulher para a cidade dos crimes: Wind Gap. Apesar de relutar, o chefe, cego por sua certeza de uma matéria brilhante, a convence. O fato é que Wind Gap é a cidade na qual Camille crescera, lugar onde habitam vários segredos do passado, os quais ainda lhe causam arrepios. Voltar lá seria como abrir uma ferida já cicatrizada há tempos.
Era o lugar onde minha irmã morrera, o lugar onde eu começara a me cortar. Uma cidade tão sufocante e pequena que todos os dias você esbarrava em pessoas que odiava (p. 79).
Chegando lá, Camille se hospedou na casa de sua mãe, Adora. Ela morava com seu marido, Alan e a filha Amma. Amma era sua meio irmã. Os pais eram diferentes. Depois de tanto tempo sem pisar ali, percebeu que não era tão bem vinda quanto esperava ser, mas isso não a afetou. Além do mais, nunca fora tão chegada na mãe assim. Camille estava determinada a continuar suas investigações; fazer a matéria e nunca mais voltar lá.
Não bastasse o motivo pelo qual tinha para visitar Win Gap, logo apareceu outro. Mais uma criança foi encontrada morta com as mesmas condições que a anterior. A cidade inteira se desesperou. O receio de deixar os filhos saírem de casa sozinhos aumentou. As poucas pessoas que abrira espaço para as interrogações de Camille pareciam ter fechado as portas de vez. As coisas também pioraram quando ela percebeu que seu segredinho cortante poderia ser descoberto por quem ela mais tentou esconder.
Confrontada com toda aquela carne macia, eu podia sentir minha pele começar a tagarelar (p. 155).
Mais um livro da Gillian que não me atingiu do jeito que esperava. O desfecho foi um piscar de olhos que nem deu para sentir o gosto. A autora pecou nesse ponto. Deu a parecer que ela foi empurrando o final com preguiça. Vale lembrar que Objetos Cortantes é seu romance de estreia e isso, acredito eu, fez com que a dosagem de certos elementos não fosse bem calculada, entretanto não é de todo um livro ruim.
“Dizer que esse é um romance de estreia maravilhoso é pouco. Não leio uma saga familiar tão aterrorizante há mais ou menos 30 anos.”
Stephen King
“Flynn tem um olhar implacável para a imperfeição humana e para o mal que nos circunda.”
The Washington Post
“Desde a primeira linha o leitor sabe que está nas mãos de uma escritora talentosa e completa.”
The Boston Globe
LEIA AQUI o primeiro capítulo de OBJETOS CORTANTES.
Leia aqui nossa resenha de GAROTA EXEMPLAR.
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